Reencontrei-me, descobri-me!
Ao fundo avisto a serra,
calma como sempre,
linda para sempre!
O sol pôs-se!
As ondas rebentam aos meus pés.
Há gaivotas a voar sobre a minha cabeça.
Aqui vai começar um novo rumo.
Vou caminhar sozinha!
Aquela água gélida,
aquelas pedras,
aquela areia grossa,
aquela brisa marinha,
aquela serra,
aquele local secreto,
ajudaram-me.
Ajudaram-me a encontrar-me.
Ajudaram-me a esquecer-te,
ou pelo menos, a não pensar tanto em ti.
Assim como as gaivotas voavam desorientadas,
assim voava a minha imaginação.
Na minha cabeça estava um turbilhão de ideias,
imensas imagens tuas.
Começava a escurecer!
Pensei que aquela escuridão fosse sinónimo de esquecimento,
mas não!
Apenas foi sinónimo de descoberta.
Reencontrei-me, descobri-me!
Tomei uma decisão...
"Entrarei numa nova busca,
descobrirei novas sensações,
deixarei-te para trás!"
Voar sem asas
Preciso voar...
voar sem asas!
Voar por aí.
Perder-me no ar.
Encontrar-me a mim mesma.
Não sei quem sou,
nem para onde quero ir,
apenas sei que quero ir...sozinha!
Preciso de encontrar algumas respostas,
preciso de seguir a minha estrela,
pode ser que me ajude.
Não tenho nenhum motivo para ficar.
Bastava um olhar, um sorriso e eu ficava!
Sem que é impossível, vou partir.
Vou voar sem asas.
Lá de cima vou ver o que não queria, eu sei!
Não me vou deixar dominar pela insegurança.
Só me quero sentir segura!
Só quero dormir sem sonhar contigo,
só quero não imaginar o teu olhar.
Só quero voar sem asas!
Utopia!
Encontro-me num labirinto.
Só consigo ver paredes à minha volta.
Vejo claridade,
suponho que haja uma saída.
Mas não!
Entro numa busca infindável.
Aqui estou eu…em busca de uma saída.
Oiço uma voz:
“ – Existem muitas saídas, basta seguires o teu coração!”
Aquela voz permaneceu no meu inconsciente.
Tentei sentir as batidas do coração,
tentei compreendê-lo…
Mas em vão!
Fui acusada de sonhar,
fui acusada de seguir os meus instintos.
Agora precisava de sonhar,
agora queria seguir os meus instintos
e não consigo!
Apenas queria uma luz para me mostrar o caminho!
Sinto-me completamente perdida,
sinto que estou a perder as forças,
sinto que me estou a afogar num mar sem fundo,
sinto que estou a ser consumida pela fúria do coração.
E isto tudo por que não sigo o coração!
Quero ser racional, não quer ser acusada outra vez.
Com tanta agitação,
A minha mente está um caos.
Não sei o que devo seguir,
não sei qual o rumo que devo tomar.
Encostei-me a uma parede do labirinto.
Fui deslizando sobre ela.
Sentei-me!
Senti uma sensação diferente,
algo me atormentou.
Ganhei forças e levantei-me!
Entrei novamente numa busca interminável.
Quando ao longe avisto uma monumental claridade penso,
“Finalmente!”
Corro para lá mas…mas…mas…mas…
Era apenas uma luz…
Era apenas uma utopia!
Entre a realidade e o sonho
O que há entre a realidade e o sonho?
Será uma paz imensa?
Será uma confusão tremenda?
Será apenas um vazio interminável?
O que será?
Paro para reflectir...
mas não encontro resposta!
É simplesmente uma incógnita!
É este nada que me atormenta,
que me invade os pensamentos
em busca de uma resposta.
No entanto, é este enigma
que nos impulsiona para a realidade,
que reprime os nossos desejos
mas que nos ajuda a viver.
Se for uma paz imensa
quero desvendar!
Se for uma confusão tremenda
apenas quero observar!
Se for apenas um vazio interminável
quero entrar nele e perder-me!